terça-feira, 11 de abril de 2017

#101 - Desastre


Ontem viralizou um vídeo feito por diversos ocupantes do voo 3411 da United Airlines.

Para acomodar 4 membros da cia aérea, o comandante 'solicitou' voluntários para se retirarem do avião e cederem seus lugares. Começa aí uma sucessão de tragédias:

Tragédia 1: Planejamento

A cia aérea falhou no planejamento do voo, deixando poucas alternativas para que o problema fosse resolvido de forma menos penosa. 

Tragédia 2: O CEO

O Chief Executive Officer comunicou-se de forma desastrada e ineficiente, causando ainda mais furor na população. Colocou protocolos e processos acima da dignidade humana. Poupou esforços para ter o problema resolvido, oferecendo apenas USD 1.000 para mitigar um problema que pode resultar em perda de milhões de valor de mercado da companhia. 

Tragédia 3: Indiferença

A indiferença de boa parte dos passageiros, considerando que não tinham nada a ver com aquilo. Na verdade isto tem sido a tônica dos dias atuais. Se não me afeta, o problema simplesmente não existe.


 Tragédia 4: Os tripulantes que viajaram

Deve ter sido um voo engasgado, xarope, indigesto. Cada minuto passou como uma eternidade para todos os tripulantes. Mas é possível perguntar: afinal, por que os tripulantes não declinaram de viajar, em nome da dignidade e da honradez? Porque não cederam seus lugares aos passageiros que pagaram para estar ali? Por que não estipularam um limite na esculhambação?


Para refletir

Parece ter sido esta uma tempestade perfeita. Processos bem pensados, mas que escorregam ao negligenciar a ação humana. Pouca liberdade de agir com bom-senso, temor, medo, incerteza. Uma liderança alienada, e sentimentos alheios ignorados. Falta total de empatia. Por isso, mais do que nunca, é necessário uma nova visão de gestão de pessoas, que seja coerente com o que se prega.


Luciano Oliveira
Curitiba, 11 de abril de 2017
lramosoliveira@yahoo.com.br

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